POR AÍ

15 de Outubro / 2021

Um coração cheio e uma carteira vazia - A VIDA É UMA VIAGEM

Genteeeeee! Para tudo e confere esse relato incrível do Edno na Ásia! Uma história de amor, de dinheiro perdido...e pronto! Tá feita a situação pra nunca mais esquecer na vida. E esse tipo de história merece ser lembrada, então manda o teu relato de viagem também...compartilha com a gente esse momento único! Você ainda concorre a um conjunto de malas da linha Urbana!
VAMOS COMEÇAR PELA TAILÂNDIA?

 

Estou aqui no meu jet lag, tentando escrever sobre os lugares que eu visitei.

Comidas que eu provei, pessoas que eu conheci e sobre a noite em Bangkok que perdi todo meu dinheiro da viagem e minha carteira da Tonin ficando vazia crying

Mas a única coisa que eu me lembro de como é difícil me despedir...a única coisa que vem à cabeça e no meu coração é ELA.
Duvido alguém saber a fórmula do amor e da felicidade, mas sei que é mais fácil você descobrir quando você vai com o coração aberto, sem amarras do passado, nem com a preocupação do futuro (algo que deixei para lidar nesse momento), mas não no presente que eu vivi.

Lembro daquela noite do dia 17 de março. Meu telefone com algumas mensagens dos meus amigos Paulo, Vini e Leniane. Tinha passado da hora, dormi aquele dia e eles já estavam me esperando. Fui para o banho e cheguei tarde ao local onde todos já estavam indo embora.

Ao contrário dos meus amigos, resolvi ir para outro bar onde sabia que teria alguma música e bebida.
Alguns minutos se passaram...quando vejo uma mulher ao meu lado dançando sozinha, tarde da noite.
Porque não tento me aproximar?, me perguntei. 

Ofereci uma bebida e não deu certo, a mesma disse que pagaria a sua bebida e que era para eu pegar uma bebida para mim. Tudo certo, mas ela estava ali ao lado, na conversa básica, descobrindo onde ela morava.
No fundo tocava uma sequência de músicas brasileiras (Balada Tchê Tchê Rere e outras) e depois de 30 minutos já queria passar o resto da minha viagem ao lado dela. Fomos para o hotel pegar as malas dela (em um tuck tuck alugado para isso, rs), fizemos o check out e fomos viver.
Quando acordamos, conversamos e a história não seguiu como planejamos. Acabou que fui sozinho rumo à Phi Phi e ela rumo a Bangkok, e aquela imagem não saia da minha cabeça.

Uma foto roubada para eternizar e o número do WhatsApp.

Se me conheço bem, pensaria mil vezes pra não se envolver, pois ainda passaria por outros países (Malásia, Cingapura, Indonésia, Catar, Hong Kong e, por fim, apenas um dia em Bangkok).
Como assim só um dia pra ficar com ela?

Todos os dias eram mensagens tentando fazer com que ela fosse para Bali ou Hong Kong comigo, porém estava tudo fora do meu alcance.
Mas espera...nunca fui de desistir fácil.
Pronto, estava eu tentando diminuir minha hospedagem em Hong Kong para ficar com ela mais dias em Bangkok. Sabia o quanto isso iria me custar (rsrs), mas a gente só vive uma vez na vida. Estava eu em Bali Ubud, quando troquei minha passagem e diminuí os dias em Hong Kong.

Falando de Ubud...nossa, quanto amor vivi ali e por quantos lugares me apaixonei...

Voltando para a melhor parte da minha viagem...sim, estava com medo de que desse tudo errado e não tinha pensado no porquê de estar trocando minha viagem por ela.
Na boa, só queria que chegasse esse dia e que durasse uma eternidade em Ubud, rsrs. Hong Kong, fui agradecido, fiquei menos do que planejei, mas é um lugar que precisa de mais tempo.

Com a passagem trocada e já no aeroporto de Hong Kong, estava desesperado, roendo minhas unhas e feliz como uma criança.

Depois disso o que eu vivi ninguém vai me tirar.
Lembro de cada palavra não entendida e de cada sorriso dela. Ali eu não me preocupava com nada, e não tinha pressa nem preocupação com o amanhã. Provei coisas das quais eu tinha medo.

Parei às 18h sem saber o que era, mas lembrei que é costume, nesse horário, tocar o hino. E todos os tailandeses param o que estão fazendo e se levantam, em sinal de respeito e obediência.

Faça alguma piada sobre o Rei e as tradições e você conhecerá uma prisão tailandesa. Devemos respeito à cultura local.

Estava eu longe dos pontos turísticos e a alguns km do nosso hotel e vivendo coisas que alguns viajantes nunca pensaram em viver...e eu me entreguei.

Em determinados momentos e lugares - confesso - fiquei com medo. Mas sempre tinha que lembrar que eu não estava no Brasil. Sim, perigo existe em todos os lugares do mundo...a diferença e que lá eles não são reféns dos medos que nós, os brasileiros, estamos acostumados a viver. Eles não sabem como é essa sensação.

O que perdi na segunda noite de viagem em Bangkok foi mensurável, mas o que ganhei nesses dias foi inacreditável.

Ainda sinto o cheiro dela, a forma dos seus lábios, a sua mão se encaixando na minha, o tempo que a gente ficava escolhendo nossa janta...na dúvida a gente comia de tudo, rs. Descobri que 5555 é igual a KKKK, mas o melhor foi ter vivido isso tudo com ela.

Se tenho motivos para voltar?
Não tenho dúvidas disso, já que naquela noite e nos 3 dias em que eu estava ao seu lado tive a certeza de que não queria estar em outro lugar.

E VEIO A HORA DO ADEUS. Não tinha dormido e ela já tinha pego no sono poucas horas antes de eu partir.
Com o coração na mão, peguei a minha mochila e não disse nada. Dei um beijo no seu rosto e disse no seu ouvido, em português, o quanto ela foi especial para mim. Nunca esquecerei a última imagem que eu tive dela.

สราภา - Sarapa my angel...